12 de Setembro de 2022

Conheça o Jalapão: A 300km de Palmas-To, onde será o CINFAABB 2023

Fonte: https://oglobo.globo.com/boa-viagem/noticia/2022/09/jalapao-como-aproveitar-o-melhor-da-natureza-no-parque-no-tocantins.ghtml



Descoberto há pouco mais de uma década por celebridades e cantado na música “Esquecimento” do Skank (2014), o Parque Estadual do Jalapão, unidade de conservação ambiental no extremo leste do estado do Tocantins, é um desses lugares onde o contato intenso com a natureza transporta o visitante para uma dimensão de sonho, isolamento, aventura e diversão. A chegada da internet, há pouco mais de um ano, está transformando a região e facilitou, sobretudo, a vida de quem vive do turismo e se comunicava só por rádios. Por outro lado, a ideia de se “esconder” nesse paraíso, uma das joias do Brasil, está mais difícil. As belezas do Jalapão começam a ser reveladas para um número cada vez maior de pessoas no país e no exterior por suas paisagens altamente “instagramáveis” e “dronáveis”. Impossível se deparar com seus tesouros e resistir a uma postagem.


A programação é intensa, muitas vezes extrema com off-road, trilhas e mergulho, então, esqueça aquela tranquilidade de praias na Bahia. Embarque na aventura e deixe para “descarregar” as suas fotos e postar nas redes sociais à noite na pousada ou quando voltar para casa. É a melhor estratégia para esquecer de tudo e aproveitar o paraíso.


Em 2021, foram 55.579 visitas registradas, um crescimento de 14,16% comparado ao ano de 2019, segundo a secretaria de Comunicação de Tocantins. A maioria das estradas da região é de terra ou areia fofa. A falta de sinalização e o terreno traiçoeiro fazem com que carros, inclusive 4x4, atolem com frequência, já que o solo arenoso dificulta a locomoção de veículos sem tração. Os guias conhecem as armadilhas do parque como a palma das próprias mãos e recomendam que os “particulares” aventureiros não andem por conta própria.


As dunas, uma formação única e inusitada em pleno cerrado brasileiro, são um belo e marcante cartão-postal desta região, mas as cachoeiras e fervedouros límpidos e cristalinos é que mais atraem a curiosidade dos visitantes. Com temperatura anual média de 30 graus Celsius, o parque tem fervedouros de tamanhos, visuais e potências diferentes.


As nascentes de água nesses oásis têm água cristalina e areia branca e temperatura morna. O ambiente de sonho se compõe com uma vegetação de bananeiras, buritis e outras plantas típicas. Uma característica comum às nascentes é que a água do fundo “empurra” os visitantes para cima, impedindo que afundem. As cachoeiras também têm águas límpidas e mornas.


Como chegar

O Jalapão é uma unidade de conservação ambiental que faz divisa com Bahia, Maranhão e Piauí. Não há aeroportos na região, e o único meio de chegar é por via terrestre. Para quem viaja a partir de outros estados do Brasil, o ideal é ir de avião até Palmas, capital do Tocantins, a 300km do parque, e de lá seguir de carro. A principal via de acesso terrestre a partir de Palmas é a TO-030 até Santa Tereza do Tocantins, e depois a TO-130 até Ponte Alta.


Guias

Há cerca de 60 empresas de turismo de pequeno, médio e grande porte no Jalapão. A maior parte dos pacotes inclui o transporte 4x4, refeições caseiras, hospedagem em pousadas simples, mas confortáveis e ecológicas, e acesso aos fervedouros e demais pontos turísticos. A experiência do guia Tony Garcia, da Jalapão Extremo, fez toda a diferença num trajeto de cinco dias, percorrendo mais de 1.500 km, sem cair em “roubadas” ou encarar “muvucas”. Se quiser ver os lugares vazios, acorde cedo e seja disciplinado na programação que o guia sugerir. O meses mais cheios e concorridos são junho e julho.


Agências

O pacote da Jalapão Extremo incluiu transporte 4x4, hospedagem, alimentação e acesso já pago a algumas das principais atrações da região — fervedouros da Ceiça, Buritizinho, Macaúbas, Por Enquanto, Bela Vista, Sono e Encontro das Águas, além de passeio a Lagoa do Japonês, Pedra Furada, Cachoeira da Formiga, Cachoeira dos Buritis e Serra da Catedral. Não optamos pela Cachoeira da Velha, pois esticamos com a agência para a Chapada das Mesas (MA), numa aventura que chamamos de “Jalapada”. Há flexibilidade para montar seu próprio roteiro. A agência pioneira e mais antiga do Jalapão é a Korubo, que opera com grupos maiores, e oferece roteiros com acampamento à margem do Rio Novo num sistema do tipo safári, com tendas e instalações fixas. Outra opção com pousadas confortáveis é a Safari Dourado. Vale pesquisar bem o que cada agência oferece e avaliar a que se encaixa melhor às suas expectativas.


O que conhecer

Quem deseja visitar o Jalapão encontrará pacotes que variam, em média, entre dois e sete dias. Para conhecer bem a região, recomenda-se pelo menos cinco dias. As distâncias são longas, então prepare-se para sacolejar no off-road. As principais atrações são as Dunas do Jalapão, a Cachoeira do Formiga e os encantadores fervedouros, além de pôr do sol na Pedra Furada, rafting na Cachoeira da Velha e nascer do dia na Serra do Espírito Santo ou no Morro do Sereno, além visita à Serra da Catedral. Quanto mais cidades inclusas na hospedagem, menor o desgaste com deslocamento e maior o número de atrações percorridas. Os roteiros mais curtos ou os que têm hospedagem fixa costumam ir apenas até Mateiros, o que diminui o número de atrações visitadas. Prefira os roteiros circulares se quiser conhecer mais pontos turísticos.


Quando ir

O Jalapão pode ser visitado durante todo o ano. Reforçando: a temperatura média na região fica por volta dos 30 graus. O que deve ser observado é o período de seca e de chuva. A temporada seca vai de maio a setembro. Já as chuvas ocorrem de outubro a abril, tendo auge nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Apesar do calor, a chuva pode atrapalhar alguns passeios, como a visita às dunas, mas há quem curta fervedouro na chuva.


Kit de sobrevivência

Filtro solar, repelente, roupas e acessórios com proteção UV (e diversas roupas de banho para arrasar nas fotos) são essenciais. Quem tem drone e câmera tipo GoPro consegue fotos mais diferentes, com imagens aéreas e dos mergulhos em águas cristalinas.


Outros destaques

Além dos s fervedouros e das paisagens incríveis do cerrado, na temporada da seca é possível ver no trajeto vários ipês amarelos lindos e araras azuis sobrevoando. Para quem quiser conhecer mais sobre a cultura local, algumas agências oferecem passeios como aos quilombos de Mumbuca e da Prata, além de acesso aos produtos típicos feitos pelas comunidades locais, como o famoso capim dourado. Há quem contrate pacotes que incluem atrações do Jalapão casadas com as atrações da Serra das Gerais, outro destino próximo da região. Mas só é recomendável se tiver pelo menos dez dias disponíveis para explorar a região. De resto, é aproveitar o Jalapão como ele merece, com ou sem fotos nas redes sociais.

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